Não adianta! Os vilões sempre foram figuras de destaque no cinema. Existem teses e mais teses capazes de provar isso. A eterna briga entre o Bem e o Mal ganha proporções ainda maiores quando o espectador se vê deslumbrado pelo vilão. Ops! Deslumbrado pelo vilão? Isso mesmo.
A psicologia explica o fascínio que as criaturas maléficas exercem sobre todos nós. Começando pelo simples fato de que ninguém, até o candidato a Madre Tereza de Calcutá, consegue ser 100% bonzinho. O homem traz dentro si a bondade e a maldade. Bem temperados e com doses de civilidade e bom senso, a pessoa consegue permanecer no caminho do bem, mas sem abandonar o seu lado B, ou seja, o seu lado mal.
Não se trata de uma questão intrinsecamente maniqueísta. Mas religião à parte, o que acontece é que a personalidade dos vilões é sempre muito bem analisada e trabalhada. Por apresentar várias facetas ou nuances acabam nos atraindo, nos encantando. Isso por que os vilões têm rompantes de humanidade, charme e inteligência – que são características nobres. Enquanto os heróis, mocinho ou mocinha, apresentam normalmente uma personalidade boa, cristã e confiável, os vilões podem ser isso tudo e também absolutamente terríveis e sanguinários.
Querem fazer um teste? Na saga Guerra nas Estrelas, por exemplo, o personagem marcante é Darth Vader e não o jedi Luke Skywalker. Darth Vader ganhou os corações e mentes de uma legião imensa de fãs da saga por que ousou passar para o lado negro da Força. E quanto ao filme Tubarão? Tenho certeza que não é do destemido xerife da guarda costeira Martin Brody (Roy Scheider) que as pessoas se lembram quando o filme é citado, por melhor que ele tenha sido.
O Coringa de Batman – O Cavaleiro das Trevas, interpretado pelo finado Heath Ledger consegue romper com as amarras sociais de forma soberba no filme. A única coisa que ele quer é causar danos, encrenca e ameaçar os homens de bem. E o faz de maneira tão brilhante e única que acaba atraindo o espectador.
A vilania já provou sua eficácia para garantir bilheteria em filmes como O Exorcista, Psicose, O Silêncio dos Inocentes, Louca Obsessão, Cabo do Medo, Os Intocáveis, A Lista de Schindler, Cidade de Deus, etc. E em todos os vilões possuem inteligência e astúcia suficientes para fazer qualquer um ir comer na mão deles. Al Capone, o mafioso de Os Intocáveis, magistralmente interpretado por Robert De Niro costumava chorar ao assistir a ópera II Pagliacci e ao mesmo tempo não media a maldade quando o assunto era matar. Alguém consegue esquecer a cena do taco de beisebol? Pois é.
Às vezes em alguns filmes os vilões acabam valendo o ingresso. Só dão eles! Santos Vilões.
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